História do Brejo
O povoamento do Brejo da Madre de Deus tem suas origens em 1710 quando o português André Cordeiro dos Santos se estabeleceu na localidade que chamou de tabocas, construindo ali um engenho de açúcar. O mesmo nome foi dado a um rio que passava nas extremidades, o Rio Tabocas.
O nome Brejo provém de sua situação em um vale formado pelas serras da Prata, do Estrago e do Amaro; e Madre de Deus é devido aos evangelizadores oratorianos, da confraria da Madre de Deus, do Recife, mais conhecidos como Congregação de São Filipe Néri, que adentraram-se pelo interior da capitania, seguindo o curso do Rio Capibaribe e estabeleceram-se num local que hoje localiza-se a quinze quilômetros da sede municipal. Ali, iniciaram a construção de um hospício, mas, como naquele ano houve uma grande seca, resolveram mudar-se do lugar e foram para o Sítio Brejo de São José, também conhecido como Brejo de Fora, edificando então, em 1752, uma capela dedicada a São José. O povoamento da área está relacionado com a criação de gado nos meados do século XVIII, com a rota de passagem que ligava Olinda a Cabrobó através dos rios Capibaribe, Pajeú e o São Francisco e, posteriormente com a cultura do algodão, a partir da década de 1780.
Em 1825 e em 1831 os moradores da povoação do Brejo dirigiram requerimentos ao Presidente da Província e ao Conselho Geral da Província, pedindo a criação da Vila, os pedidos não foram exitosos. Em 1833 dirigem-se novamente ao mesmo Conselho, fazendo igual pedido, e finalmente foram atendidos.
A povoação do Brejo da Madre de Deus, foi elevada à categoria de vila em 20 de maio de 1833, constituindo-se em sede do município de igual nome, desmembrado do município de Cimbres (atual município de Pesqueira) que já era sede municipal desde 3 de abril de 1762. A Vila foi devidamente instalada pelo cel. Pantaleão de Siqueira Cavalcanti, então presidente da Câmara de Cimbres, no dia 26 de outubro de 1833.
Considerado o maior teatro ao ar livre do mundo, Nova Jerusalém atrai milhares de turistas à cidade. No teatro é encenada ‘A paixão de Cristo’, o qual é cercado por enormes muralhas e composto por nove cenários, que com sua grandiosidade se torna o maior espetáculo ao ar livre do mundo. O espetáculo teve origem nas ruas do distrito de Fazenda Nova, em 1951, por Epaminondas Mendonça, e os figurantes do espetáculo eram os próprios moradores do distrito.
Seus cenários buscam representar uma reconstrução da cidade de Jerusalém nos tempos em que viveu Jesus. Seu projeto foi idealizado e construído por Plínio Pacheco em 1956, mas só foi concluído em 1968. Todos os anos, durante a Semana Santa, realiza-se o popular espetáculo ‘Paixão de Cristo de Nova Jerusalém’. Participam dessa encenação cerca de 500 pessoas, entre atores de expressão nacional, atores regionais e figurantes.
Considerado o maior teatro a céu aberto do mundo, com 100.000m², o espaço conta com lagos artificiais, nove palcos, uma muralha de 3.500 m de pedras com 9 metros de altura e 70 torres. Sua área equivale a um terço da Jerusalém da época de Jesus.
O Sitio arqueológico da Furna do Estrago, em Brejo da Madre de Deus, foi descoberta uma importante necrópole pré-histórica, com 125 metros quadrados de área coberta, de onde foram resgatados 83 esqueletos humanos em bom estado de conservação, além de várias pinturas rupestres; estes vestígios ajudaram a desenvolver pesquisas sobre rituais fúnebres, a alimentação, a cultura e a religiosidade de grupos de caçadores e coletores que viveram na região a aproximadamente 10 mil anos.
Há aproximadamente dois quilômetros do teatro fica o Parque das Esculturas Nilo Coelho, um espaço de 70 hectares dedicado à natureza e à cultura. O Parque retrata as figuras do nordeste por meio de esculturas feitas em pedra granítica, algumas medindo até 7 metros de altura.
O fator geográfico também atrai turistas o ano todo à cidade. A Serra do Ponto tem uma das mais belas vistas do estado de Pernambuco. De acordo com o IBGE, ela detém o cume mais alto de Pernambuco, o Pico da Boa Vista, cuja altitude chega a 1.195 metros acima do nível do mar.
Serra do Ponto com sua formação rochosa bastante conhecida, já foi cenário de filmes como Auto da Compadecida (1ª Versão), A Noite do Espantalho, Riacho de Sangue, As três Marias, A Vingança dos Doze e Terra sem Deus. O local é ideal para a prática Trekking, Rapel e Escalada. A serra foi palco, em 2010 e 2017, do Encontro de Escaladores do Nordeste. No alto da Serra do Ponto, encontra-se uma pirâmide de pedra, construída pelo Arquiteto francês Louis Léger Vauthier, com o intuito de elaborar o mapa do estado de Pernambuco e está centralizada com os pontos cardeais.
A Mata do Bitury, com uma fauna diversificada e resquícios de Mata Atlântica, tendo uma área de 700 hectares, faz com que os amantes dos esportes radicais sempre estejam em contato com a natureza, sendo a floresta localizada há 1.050 metros acima do nível do mar. A Mata do Bitury tem várias nascentes e também é ponto de vários acampamentos.
Na sede encontramos vários edifícios e prédios históricos que se destacam por sua tipologia e arquitetura, entre esses, encontram-se as igrejas, os casarios do século XIX e alguns edifícios isolados chamam bastante a atenção por sua beleza, sendo alguns tombados pela FUNDARPE.
O edifício de maior destaque na cidade é a Casa da Câmara e Cadeia, construída entre 1837 e 1847, foi projetada pelo engenheiro francês Louis Léger Vauthier, autor de obras importantes na capital como o Teatro de Santa Isabel, o prédio foi concluído pelo engenheiro recifense José Mamede Alves Ferreira. Entre 1847 e 2005 o edifício foi ocupado por várias repartições públicas, no prédio já funcionou o fórum, a Prefeitura, a Câmara Municipal, a cadeia, a delegacia, a agência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a coletoria federal. Hoje a construção abriga um centro cultural.
O Brejo conta ainda com o Museu Histórico instalado num sobrado construído em 1854 na Rua de São José, número 46. O sobrado de dois pavimentos dispõe de oito compartimentos no térreo, cinco compartimentos no primeiro andar e é revestido de azulejos portugueses; a construção é atribuída ao engenheiro pernambucano José do Rego Couto Maciel. Durante boa parte do século XX o proprietário do prédio foi o comerciante Alípio Magalhães da Silva Porto, que na década de 1970 autorizou que o sobrado fosse transformado no museu local. O espaço foi fundado pela brejense Dulce de Souza Pinto, em fevereiro de 1977. Com o apoio da população local, foi reunido um riquíssimo acervo de aproximadamente mil e duzentas peças, incluindo mobiliário, armaria, arte sacra, utensílios domésticos, instrumentos de suplício, fotografias, documentos, artefatos tecnológicos de uso cotidiano e material etnográfico indígena; que ajudam a contar parte da história do Brasil desde o período pré-colonial até os nossos dias. Recebeu inicialmente o nome de ‘Museu Sobrado Colonial’ e, a partir de 1991, tornou-se o ‘Museu Histórico do Brejo da Madre de Deus’.
Trata-se do único museu do interior de Pernambuco montado nos padrões museológicos e o único a dispor de acervos arqueológicos e paleontológicos resgatados em pesquisas no município, realizadas pela Universidade Católica de Pernambuco.
Entre as igrejas, a Matriz de São José se mostra imponente na paisagem, localizada num ponto alto da cidade e construída em 1792 em estilo barroco, a igreja foi reconstruída em 1853, aumentada em 1858 e novamente outras vezes durante o século XX. Há também a Capela da Mãe Rainha construída em novembro de 1990, situada no alto de uma colina onde se tem uma bela visão panorâmica da localidade. A Igreja de Nossa Senhora do Bom Conselho (localizada na praça de mesmo nome) já existia desde as primeiras décadas do século XIX, porém era dedicada a Nossa Senhora da Conceição, a capela foi transformada em igreja no começo da década de 1850, as obras só foram concluídas em 1868, e reformada no início da década de 1950 pelo Cônego António Duarte Cavalcanti, o mesmo que escreveu a letra do hino da cidade.
Um cenário incrível e raro, tanques naturais encravados nas formações rochosas da região. Também é possível encontrar pinturas rupestres e a simpática igrejinha de Lagoa de Pedra. Um local lindo para poder registrar momentos especiais junto com os seus.